"A melhor forma de provar a um idiota que ele está errado é deixá-lo agir como ele deseja".

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Moral da estória

Caros, estimados, incorruptíveis, intempérios e alcalinos leitores. Estas calamitosas linhas pelas quais passeiam vossos olhos atentos e, quiçá remelentos, destinam-se a lhes narrar uma fábula real (com o perdão do paradoxo) e de alto valor moral:
Era uma vez uma linda e estroboscópica garotinha que morava com sua mãe adotiva e seu padrasto esclerosado, em uma aconchegante casinha com uma simpática cerca cor de abóbora d’água. A jovem garotinha levava uma vida pacata e não se importava em ser obrigada a, todos os dias ao nascer do sol, ir à floresta mais próxima catar alguns pés de eucalipto - não muitos, apenas o suficiente para garantir o dia de produção da usina de carvão vegetal de seu doce vilarejo. Certa manhã, como de praxe, a garotinha levanta cedo e sai para mais uma colheita. Ao chegar à entrada da floresta é abordada por um homem pequerrucho, com o semblante um tanto quanto questionável.
Mesmo diante da figurinha consideravelmente dantesca e miúda, vestindo um sobretudo estampado de babuínos coloridos e pantufas de pelúcia acetinada antialérgica, a garotinha cumprimentou o estranho de forma cordial.
O referido liliputiano, sem sequer responder ao afável cumprimento de nossa protagonista, sem titubear saca de um coldre escondido em sua axila esquerda, um desconvencionador de densidade molecular transverso e dispara 128 projeteis seqüenciais no micro-tórax da pobre garota que, antes mesmo de tomar conhecimento sobre o que acontecera, se viu desmaterializada e rematerializada novamente, em uma grande jaula óssea flutuante (que segundo fontes quase confiáveis, estaria atracada em algum cais nos lençóis freáticos mal iluminados do deserto da Patagônia).
Quanto ao pequenino porém letal intruso desconhecido, presume-se que seja algum espião mirim da Agência de Inteligência de Petrolina, ou mesmo um zargonauta intercomunicativo passando por uma série crise de identidade.
Quanto à garotinha simpática e de pele alva, sabe-se apenas que comanda um cartel de stands de amostras grátis e, algum lugar de Xangai e, mesmo sob constantes ameaças de seu contador, remete mensalmente uma irrisória quantia para que seus pais continuem seus negócios, relacionados à produção e distribuição de rochas calcárias transgênicas e pedra sabão medicinal. Negócio esse que, diga-se de passagem, vem sendo investigado pela polícia Federal da Guiné Bissau.

Moral da estória: Certas coisas podem ser, muitas vezes, surreais, improváveis, consideravelmente duvidosas, inquestionavelmente questionáveis, certamente advindas de alguma mente boçal ou inescrupulosa, porém jamais impossíveis.

1 Comentários:

Às 28 de abril de 2007 às 02:53 , Blogger Alessandra Guimarães disse...

Enfim as possibilidades...
seria incrivelmente impossível a falta de possibilidade...então!!

 

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