"A melhor forma de provar a um idiota que ele está errado é deixá-lo agir como ele deseja".

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sobre insônia, despertadores e martelos


Entorpecidos leitores,

creio que alguns, ou a grande maoria de vocês já deve ter passado o embaraço de, ao acordar, sentir-se com a leve impressão de que, num lapso de 5 minutos você tenha passado por 12 horas de trabalho com o seu chefe expumando na sua orelha.

Me dedico agora a falar um pouco sobre isto.
Vocês acham aqueles cucos de antigamente estridente e irritantes? Eles eram como Mozart para nossos ouvidos. Com os conhecidos avanços tecnológicos, vários "aparelinhos" sobrepuseram-se sobre os velhos e bons despertadores (cito aqui os modelos num âmbito geral).

Sim, eles, os celulares. Grandes vilões; como funcionários sobrecarregados que acumulam mais de uma tarefa, eles invadiram os nossos lares e no pacote parece que incluíram uma crise de bom senso.

Agora eles fazem de tudo, menos parar de apurinhar-nos.
Nas empresas do ramo, eles devem ter um setor secreto, intitulado de algo como: "Toques loucos para não permitir o sono", ou algo parecido.

Poderiam vocês argumentarem, "Hoje temos mais opções, podemos colocar o som que quisermos". Mas já pararam para pensar em quantos comprimidos para dor de cabeça foram vendidos até agora por causa disso?

Muitos usuários ainda hoje não exploram este menu de opções. Sempre tem um preguiçoso que deixa naquele toquinho original, basicão. Sendo acordado por um destes hoje, a impressão que tive foi de uma música encenada por uma orquestra digital de alienígenas, tocando cada qual em um contratempo.
E aquele espertinho que parou no tempo? Põe a mesma música de quando tinha 15 anos, mesmo já batendo a porta dos 50. Há cinco anos a mesma coisa.
Você toma tanta raiva, que se o autor/cantor/locutor/seja o que for, num dia desses, passar na sua frente você desce o purrete nele. Claro que o seu amigo já vai estar hospitalizado.

Bom, não chegamos a tanto, claro, mas a vontade é latente.
Rememorando historicamente os adereços do passado, bonitinho e já meio fora de uso, que me deparei no mesmo dia antes de acordar com o celular, foi o destemido rádio relógio.

Também para eles há uma diversidade enorme de situações-problema.

Claro que não pretendo citar todas.

Todo mundo sabe do que estamos falando e tem aquela carga de ressentimento guardada até hoje, que precisa ser colocada para fora.

Lembra aquele dia?
Você, naquele sonho paradisíaco, com aquela loirinha fenomenal da propaganda te afagando, eis que vêm a aurora e a toma. Mas não com sutileza e sim como um furacão.
Quando você está para beijá-la, a cena muda. Ela aparece com um Oboé polirritmado atravessando bends de 0,75964 na Escala Richter, cantando Trash Metal.

Inusitado, não?

O que me perturbou hoje (plena seunda-feira) parecia estar na estação de tango argentino cantado por porcos. Consegues imaginar?

E o rádio relógio ainda estava meia- boca, dando piques e chiados.

Ex.: Chhhhhhhhhoreiiii, silêncio, dzaaamarro meu sapato, dõõõõõõ, ai amore mio...

Tudo em ritmo marcado, por incrível que pareça.

Agora, pretendo desenvolver um projeto mais atrativo, inovador e saudável.

Um que possa me acordar com choques nos culhões.

Ou quem sabe o velho e bom balde de água fria.

Ainda não sei.

Falando em velho e bom, outro modelo nunca sairá de moda.

O Galo cacarejador.

Nada como o som da natureza.

Pode parecer chato e estrídulo. Mas pode ser que a mamãe natureza já tenha preparado nossos ânimos para lidar melhor com eles.

Além de possuir um som natural, que usado com certa margem de segurança não vai irromper os tímpanos, também não permite que aquele seu camarada bêbado te acorde ás quatro da manhã, só pra te contar as peripécias da noite.

Não gasta bateria, ou seja, é ecologicamente correto.

E um ou dois no máximo, podem fazer o serviço para um quarteirão.

Já pararam para pensar no aumento da fila de desemprego por parte desses pobres coitados?

Além do mais, se a milênios incontáveis gerações têm se orientado pelo nosso mascote, por que eu iria quebrar a tradição?

Não obstante, assumo que como pecador também contribuí para este quadro.

Sem problemas!

Amanhã estará tudo bem. Isto por que hoje senti uma motivação inenarrável, após acordar com um humor angelical e fazer um trabalho homérico para conter a força da gravidade sobre meus olhos e mantê-los abertos de apresentar uma crítica desconexa neste blog. Efeito colateral de uma noite "bem dormida" e daqueles extra- terrenos cantando na minha cabeça até agora.

Ah, já ia me esquecendo. E os martelos? Como é de se saber, a melhor ferramenta para ocasiões como estas. E um alerta. Tenha-o sempre em mãos. Se puder, mais de um. Nunca se sabe quando precisará usá-lo.

Caso tivesse me antecipado, não estaria a enfadá-los com este post.